sábado, 16 de março de 2019

Séries // Genius

Não existe um género de série que seja o meu favorito, como já vos disse algumas vezes. Em determinado momento da minha vida faz sentido ver um tipo de série mais cómico, noutro momento faz mais sentido um drama e, quando me estou a sentir um pouco extra, viro-me para as fantasiosas ou em estilo de documentário - que são uma raridade na minha coleção! Foi o caso de Genius, uma série que desde que saiu tinha curiosidade de ver mas que só agora se proporcionou o momento para tal. 

Ao contrário de uma série normal, Genius divide as suas histórias por temporadas, focando-se em célebres nomes mundiais dos mais variados ramos profissionais – campo artístico, científico ou desportivo. Nas duas temporadas disponíveis, podemos acompanhar a vida de Albert Einstein, físico do mundo conhecido pela sua Teoria da Relatividade e de Pablo Picasso, famoso pintor espanhol que se destacou no cubismo. 


Acompanhar a história de grandes personalidades é sempre um pau de dois gumes, na minha opinião. Se, por um lado, é muito interessante saber como se desenrolaram as suas caminhadas até ao sucesso com que morreram, por outro lado acabamos por conhecer novos pormenores das suas vidas que nos podem desiludir. E este foi o caso. Apesar de saber que existe uma grande diferença cultural entre a época em que estes génios viviam e aquela em que vivemos atualmente, custa-me ver o desprezo com que tratam as mulheres que os rodeiam e a subvalorização do trabalho das mesmas em prol do seu próprio trabalho. 

No entanto, o facto da série ser tão realista até nos pontos mais sensíveis só lhe acrescenta valor. Todos acreditamos que o sucesso acontece apenas para aqueles a quem a fortuna bate à porta. Mas nem sempre é assim. Einstein ensina-nos que o trabalho recompensa e que a persistência é a chave para tudo. Se este não tivesse persistido vezes e vezes sem conta, a sua teoria nunca teria sido aceite dentro da comunidade científica – que tinha a mente especialmente fechada na época. Já Picasso ensina-nos que devemos de nos desafiar sempre, não nos acomodar na nossa zona de conforto e explorar todas as opções até encontrarmos aquela que seja mais fiel à nossa identidade. 

Os atores não se destacam particularmente. Fazem um bom trabalho, entregam as suas falas da melhor forma mas não impressionam com a sua dinâmica em cena ou com uma representação particularmente emocionante, apesar das personagens assim o pedirem. Destaco a interpretação de Samantha Colley, como primeira mulher de Einstein e uma das amantes de Pablo Picasso, que se coloca noutro patamar quando comparativamente com os demais. A banda sonora da série adequa-se perfeitamente às épocas em que esta se passa – mesmo vivendo no mesmo espaço temporal, os caminhos de Einstein e Picasso são muito distintos, sendo as suas culturas e a cidade onde viviam bastante diferentes. A sonoridade adapta-se à cultura em que estes estão inseridos, transportando-nos para um local completamente diferente de uma temporada para a outra.

Sendo uma série da National Geographic e uma série de estilo bibliográfico, não é filmada da forma mais criativa possível, porque não existe margem para grandes efeitos ou alterações de luzes- é uma história real, nua e crua. Ainda assim, acho que cativa o espectador ao ecrã, uma vez que a história saltita entre o passado e o presente das personagens, conferindo maior dinâmica à cena. Sem dúvida que é uma série que vale a pena pela história que nos conta, pelos segredos que revela e que nós nem temos consciência e pela inspiração que é ver como estas pessoas trabalhavam e viviam a sua vida que começou de forma ordinária e passou a brilhante.

"My future is mine and mine alone, so I must take charge of it."


Gostam de séries mais biográficas? Qual foi a vossa temporada favorita de Genius?

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