quinta-feira, 24 de maio de 2018

O que levar para um Festival de Verão

A época dos festivais está quase a chegar e a vontade de tirar o pé do chão a dançar ao som das nossas bandas favoritas vem com ela. Confesso que este ano não tenho planeado ir a nenhum festival de Verão - porque ando a poupar dinheiro para outras conversas. No entanto, aplaudo os excelentes cartazes que se compõem para as proximidades e para os vários gostos musicais, tanto num registo mais pop com o Rock In Rio como um registo mais alternativo como o grande Vodafone Paredes de Coura ou o Super Bock Super Rock

Já fui a 3 edições do agora NOS Alive - das quais vos falei nas publicações de 2013 AQUI, 2014 AQUI e 2015 AQUI - e também ao MEO Marés Vivas e, apesar de não achar que isto faça de mim uma experiente na matéria, acho que já tenho algum conhecimento para partilhar com aqueles que nunca foram a um Festival de Verão sobre alguns dos essenciais na vossa mochila.


COMIDA
Esta dica está em primeiro lugar propositadamente porque acho que, de todas, é a mais importante. A não ser que tenham algum dinheiro extra que queiram gastar em comida excessivamente cara para a qualidade - que não me parece ser uma opção para ninguém -, levem algumas sandes para comerem ao longo do dia. Sempre que fui a este tipo de Festival levei as minhas sandes e, quando toda a gente estava a sair do seu sítio e a perder os concertos por estar em filas intermináveis, eu estava a aproveitar os concertos. Mas atenção, informem-se sobre a possibilidade de levarem comida, uma vez que, por exemplo, no MEO Marés Vivas vi toneladas de comida a ser posta em caixotes do lixo porque a organização tinha dado informações incorretas sobre aquilo que se podia levar ou não para o recinto do festival. Ainda hoje condeno a organização pela atitude incorreta ao desperdiçar uma quantidade tão grande de comida sem olhar duas vezes.

CASACO OU CAMISOLA
Durante o dia, tudo bem. Está sol, está calor. Durante os concertos também não temos frio nenhum porque uma mistura de êxtase, histeria e felicidade percorre as nossas artérias e veias e dançamos, saltamos e cantamos como se não houvesse amanhã. Além disso, estando no meio de milhares de pessoas estamos bem quentes. Mas, quando tudo acaba e estamos à espera da nossa vez no autocarro ou até mesmo a caminhar em direção ao nosso carro é quando o frio aperta. Afinal de contas, as noites de Verão nem sempre são agradáveis e há sempre um vento gélido tipicamente português pronto a atacar quando menos esperamos. Estar prevenidos e ter um casaco que não seja muito pesado na nossa mochila é uma mais valia.

GARRAFA DE ÁGUA
Esta dica tem um truque. Como muitos de vocês sabem, não se podem entrar com garrafas dentro deste tipo de recinto porque são potenciais armas de arremesso contra o palco e, portanto, consideradas perigosas. No entanto, e como não tenho más intenções mas não quero pagar 2 euros por uma água de 33cl, escondo sempre a tampa numa zona em que os seguranças não se apercebam que possa estar - no aro do soutien, na zona do cinto ou na sapatilha, por exemplo - e, assim que entro no recinto e me encontro numa zona protegida tampo a minha garrafa e ponho na minha mochila. Mais uma vez, poupo tempo nas filas sem fim e pouco também dinheiro. Um dois em um poderoso!

PROTETOR SOLAR
A única dica desta lista que não segui - porque sou demasiado despreocupada quando toca aos meus cuidados pessoais e de pele - mas que acho imprescindível nos festivais em que as temperaturas atingem valores muito elevados. Passar antes de ir para o recinto, em casa, é de uma importância extrema porque teremos diversas horas de exposição solar à nossa espera e, como as sombras são escassas, não existe grande forma de evitar a mesma exposição. Não sei qual a política da maior parte dos festivais em relação aos protetores solares - uma vez que podem também ser considerados perigosos por possibilidade de se atirar pelo ar e ferir alguém -, mas, caso seja possível levarem, levem aquelas versões de viagem que são pequenas, não pesam nada e assim garantem que não ganham um escaldão. Acreditem, a maioria das pessoas que se vêem neste tipo de festival tem as costas vermelhas como lagostas e, por mais divertida que seja a noite, o dia seguinte não o será, certamente.

CHAPÉU
Não têm que necessariamente levar uma vez que a maioria dos festivais tem como brinde principal um chapéu publicitário - e, normalmente, bem giros! -, mas caso não gostes de arriscar é algo que te aconselho a levares. Mais uma vez, a exposição solar é grande e não queremos que te sintas mal pelo calor e desmaies, perdendo o festival inteiro. Arranja um chapéu daqueles giros e usa e abusa dele. Quando te fartares dele ou já tiver de noite, sempre podes pô-lo para dentro da tua mochila e não te preocupares mais com ele.

PACOTE DE LENÇOS
Enganaram-me na minha primeira edição do NOS Alive a que fui, em 2013 e era ingénua. Quando chegou a altura de ir a uma das casas de banho portáteis disposta pelo recinto, arrependi o dia em que não levei lenços e jurei nunca mais me esquecer. Lembro-me como se fosse hoje de me virar para trás na fila e pedir, por favor, para me emprestarem um lenço - e, curiosamente, quem acabou por me dar um foi uma blogger que na altura seguia e de quem gostava bastante. Seja para a casa de banho ou para qualquer eventualidade que pode surgir - existe cerveja a voar pelo ar, pó no ar, pessoas pouco cívicas e até para limpar o suor depois de um concerto intenso -, são mais do que imprescindíveis na vossa mochila de festival.

SAPATOS E ROUPA CONFORTÁVEIS
Malta, esta dica é aquela que quero sublinhar com mais ênfase. Os conjuntos do Coachella são muito bonitos e bastante inspiradores para a restante temporada, não digo que não. Mas para conseguirmos aproveitar um festival com tudo aquilo a que temos direito - muita dança, muita cantoria e muita animação -, é impossível estarmos com roupa que não seja confortável. Roupa e sapatos confortáveis são um essencial, uma necessidade neste tipo de festival e, portanto, escolham o conforto em vez da beleza. Não digo que não seja possível conjugar os dois - aliás, é bem possível e surgem conjuntos bastante inspiradores a partir da descontração natural de muitas pessoas que passam pelos festivais -, mas pensem primeiro no vosso bem-estar e depois no quão bonitas ficarão nas fotografias do Instagram na roupa que estão a utilizar. 

BOA DISPOSIÇÃO
Por fim, mas certamente não menos importante. Têm que levar boa disposição! Sem ela não se faz nada nem se vivem bons momentos junto dos nossos amigos/familiares - ou até mesmo sozinhos, para os solitários nos concertos. Vontade de se divertirem, sem qualquer inibição nem vergonha de sacudir o esqueleto ao máximo e entoarem aos berros as vossas canções favoritas - sendo elas guilty pleasures ou não. Façam de tudo para que aquele dia seja o melhor dia das vossas vidas, ou pelo menos um dos melhores. Só assim vão sentir que valeu a pena e que o dinheiro que gastaram naquele bilhete valeu cada cêntimo. Nunca me arrependi de nenhum concerto a que fui porque, para além de admirar todos os artistas que já vi ao vivo, vivi intensamente aquele momento como se fosse a última oportunidade de o viver.

Algumas sugestões de mochilas/malas que poderão levar para os vossos festivais favoritos.

Quais são os vossos essenciais para levar para os festivais? Já foram a algum? Qual?

segunda-feira, 21 de maio de 2018

Séries // RuPaul's Drag Race

Não sou de programas de talentos. Ou melhor, adoro um bom programa de talentos musical para passar horas e horas de procrastinação a ouvir audições. No entanto, acabo por me cansar porque não gosto propriamente de acompanhar competições - para além de ficar triste por aqueles que saem, muitas vezes acho as eliminações um pouco injustas e demasiado regidas pela popularidade de determinado concorrente. Mas toda a minha opinião sobre este tipo de programas mudou quando, por curiosidade, comecei a ver o anteriormente badalado RuPaul's Drag Race.

Tal como o próprio nome indica, a premissa é simples - os concorrentes da competição são todos drag queens e o principal objetivo é ser coroado o vencedor da competição. Para isso, os concorrentes são submetidos a uma data de provas que comprovam as suas capacidades enquanto performers, artistas, costureiros e designers. Uma competição que não se restringe apenas a um talento em concreto mas a uma coleção deles, sendo procurados o talento, a autenticidade, empenho e carisma nos concorrentes.


Dizer que estou viciada neste programa é pouco. Desde que comecei a ver esta competição, muito recentemente, que já vi 10 das 13 temporadas disponíveis e, para piorar a situação, não consigo ver apenas um episódio isolado. Não é que este programa tenha uma história ou que os episódios estejam relacionados, uma vez que são episódios isolados com desafios distintos e diferentes entre si. Mas o facto de ser uma competição leva a que tenha uma vontade extra de continuar a ver para saber quem se torna a próxima vencedora. Além disso, aquilo que mais me cativa neste programa é todo o drama subjacente a cada episódio. No meu dia-a-dia não sou, de todo, uma pessoa conflituosa. No entanto, adoro um bom drama de rapariga e nesta competição isso é o pão nosso de cada dia.

Semelhante a America's Next Top Model na forma como os episódios são criados e como a competição desenvolve, em RuPaul's Drag Race todas as semanas uma queen é eliminada após uma difícil prova de lip-syncing contra a sua oponente, posicionada no fundo da tabela de pontuações. Ao contrário do que aquilo que a maioria do público pensa - as drag queens têm algum talento para além de se vestirem de mulher? -, existe muito por trás de qualquer drag queen. Desde a maquilhagem, que demora normalmente mais de 2 horas a ser terminada, à roupa pensada meticulosamente para a ocasião, passando pela performance ensaiada durante horas a fio, com muito suor, dedicação e esforço, são tudo características avaliadas nesta competição. O facto de serem postos à prova diversos talentos bastante distintos entre si faz com que a mesma não se torne tão maçadora e que seja um pouco menos previsível, até porque ninguém é bom em todas as áreas a concurso e, portanto, nunca se sabe quando um dos favoritos à coroa tem uma semana menos boa.

Acima de tudo, admiro a coragem destes homens em assumirem a sua paixão e não terem vergonha de serem como são, sem quaisquer constrangimentos. Tal como digo sempre, cada um é como é, gosta daquilo que gosta e, acima de tudo, tem direito a fazer aquilo que entende com a sua vida profissional e pessoal. E se ser performer enquanto mulher é aquilo que estes homens gostam, então quem somos nós para dizermos que não podem fazê-lo? Portanto, se procuram um talent show com uma dose extra de talento em diversas áreas - dança, costura, música, teatro, comédia e modelar -, inspiração e um tanto ou quanto de dramatismo, este é o programa para vocês. Aconselho-vos, no entanto, a começarem por ver uma das temporadas mais recentes uma vez que as primeiras, como tinham um orçamento mais baixo, acabam por não ter uma qualidade tão boa como as mais recentes.

If you can't love yourself, how the hell you're gonna love somebody else?

Já conheciam este talent show? O que acharam?
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