domingo, 29 de julho de 2018

Receitas para fazer uma pizza saudável

Pizza e saudável. São duas palavras que, normalmente, não conjugam entre si. Pizza está sempre associada a molho de tomate forte, extra queijo, uma crosta rica e a muitas gorduras extra - olá calorias ingeridas a mais. Parece insensato dizer que existem versões saudáveis deste alimento descrito por muitos como a sua comida favorita, uma vez que, naturalmente, não existe forma de tornar uma refeição tão calórica assim num prato saudável. Pois bem, desenganem-se! Como para qualquer prato em que possamos pensar, existe também uma versão com menos calorias e mais saudável de pizza e que nos deixa a salivar tanto como qualquer outra.

Seja com uma base feita com legumes ou uma base feita com outro tipo de cereal diferente do tradicional - que nos deixe mais saciada e com propriedades mais ricas que os usados normalmente -, existem diversas opções de bases mais amigas da nossa saúde e que nos fazem comer este alimento sem qualquer culpa. Para isso, a quinoa, a couve-flor e a batata doce são as estrelas das receitas.

BASE DE QUINOA

A quinoa é considerada por muitos um dos alimentos mais completos de todos, oferecendo uma panóplia de bons nutrientes à nossa refeição e alimentação. Além disso, acelera o nosso metabolismo, contribuindo para uma diminuição da massa gorda, sendo, por isso, recomendada para quem procura um estilo de vida mais saudável. Por isso, utilizá-la como base da nossa pizza faz todo o sentido. Com uns bons temperos, serve na perfeição para uma base fininha, com um sabor neutro o suficiente para destacar os ingredientes constituintes da nossa pizza

BASE DE COUVE FLOR

A base de couve-flor foi a única que já experimentei, no meio de todas as opções de que vos falo aqui. Como a couve-flor tem um sabor muito subtil e pouco saliente, acaba por funcionar como uma base muito sólida para a pizza, destacando os sabores daquilo que existe acima da mesma, como topping. No entanto, não se deixem enganar. Esta base não fica nem estaladiça nem dura como todas às quais estamos habituados - ou pelo menos não ficou quando testei esta receita. De todas as alternativas, parece-me o substituto mais sensato para a base tradicional.

BASE DE BATATA DOCE

A batata doce é já considerado um hidrato de carbono saudável pelas sua capacidade de prolongar a sensação de saciedade, o que evita que tenhamos fome mais rapidamente. Portanto, parece-me uma opção mais equilibrada do que a simples farinha, utilizada normalmente. O modo de confecção deste tipo de bases baseia-se altera-se de acordo com a receita, podendo acrescentar-se aveia e ovo para tornar a base mais consistente e com uma textura mais semelhante a uma base ou simplesmente utilizar a batata doce bem temperada. Na hora da verdade, a escolha é vossa!

BASE COM OUTROS INGREDIENTES

Chegámos ao ponto em que vale tudo. Qualquer ingrediente que possam pensar pode ser transformado numa base de pizza, se tiverem imaginação para tal. Já experimentei fazer, também, com ovo e, apesar de ter funcionado, não achei que fosse excelente porque faltava o crocante típico de qualquer base. No entanto, podem utilizar-se diversos legumes para o efeito, tal como courgette, abóbora ou até mesmo brócolos - da mesma forma que se utiliza couve flor.

Já fizeram pizza com alguma destas bases mais anormais?

quarta-feira, 25 de julho de 2018

Séries // The Handmaid's Tale

Mais uma daquelas séries que se encontram no fundo do baú durante muito tempo e que, depois de esgotar a lista de séries de comédia-romântica que existem para ver - e que tenho vergonha de partilhar por serem tão más - se esgotar. The Handmaid's Tale sempre me despertou atenção pela sua fotografia, acima de tudo. Parecia-me uma premissa interessante e, pelas críticas que ia encontrando no caminho, uma série de excelência. E assim, depois de tanto tempo aguardar, acabei por decidir começar a ver a série que a maior parte da população já viu.

Esta história distópica introduz-nos num mundo em que a taxa de natalidade desceu abruptamente e, como consequente do mesmo, impõe-se nos atuais Estados Unidos da América um regime hierárquico, em que se encontram no poder homens que defendem a religião praticada na sociedade. Neste regime, as mulheres são tratadas como o fundo da hierarquia, não tendo qualquer poder dentro na sociedade nem no próprio seio familiar - sendo inclusivamente impedidas de ler. A cada casal infértil é atribuída uma handmaid, responsável por conceber - através de um ritual religioso  - e carregar o feto do casal como uma incubadora humana. No final da gravidez, tem que entregá-lo ao mesmo, partindo para outra família.


Esta foi uma daquelas séries que demorei a digerir. Tive que procurar opiniões entre os meus amigos, explicações daquilo que tinha acabado de ver e dormir sobre o assunto. É uma distopia tão forte, tão crua e tão cruel que nos torce o estômago uma e outra vez. Nunca, na minha vida, pensei que existiria novamente um mundo em que os homens mandavam sobre as mulheres de uma forma tão extrema, fazendo da mulher uma máquina puramente sexual e para disposição da casa - um verdadeiro objeto. Uma premissa tão revoltante que faz com que demoremos a entender a qualidade da série e os horizontes que esta nos permite abrir. Esta aborda o feminismo, a violência de um regime extremista, o fanatismo e os abusos sexuais de uma forma tão diferente das demais séries que vi sobre os assuntos que me faz compreender o porquê de ser tão aclamada e ter sido tão vangloriada - com razão!

As personagens desta série deram comigo em doida, admito. Conto pelos dedos de uma das minhas mãos as personagens que efetivamente gostei - a Moira, a Janine e a Emily. A personagem principal, June, é uma personagem extremamente inconstante, saltitando entre um estado emocionalmente frágil e pouco desafiador para um estado de revolta e que tem vontade de resistir perante a lei. Esta característica volátil é difícil de entender, pelo menos para mim. O facto desta personagem estar constantemente a alterar entre estes dois estados - como se tivesse um interruptor - faz com que não consiga apreciar a sua forma de ser, por mais vontade que tenha de o fazer - afinal de contas, a sua situação não é a mais simples e seria de esperar sentir uma compaixão brutal por ela. As duas personagens que formam o casal - o Fred e a Serena - também envolvidos na linha principal da história são personagens tão ou mais complexas que a principal. Enquanto que o Fred se apresenta em determinadas cenas como um tirano, fanático pela religião e sem qualquer compaixão, no instante a seguir já demonstra amor, uma enorme fraqueza de carácter e uma tristeza atroz. Quanto à Serena, é  uma personagem de uma inteligência tal que me faz questionar o facto de ter aceite este regime que tanto negligenciava o seu trabalho. - isto deixa-me em dúvida quanto ao seu carácter e à forma como a personagem foi construída.

No entanto, e apesar das personagens criarem em mim um sentimento de irritação profundo, tiro o chapéu ao elenco excelente que a série ostenta. Qualquer personagem é impecavelmente interpretada por aqueles que assumem de corpo e alma a sua vida, sem qualquer excepção. Uma menção honrosa e um aplauso especial para a atriz que interpreta June, a atriz que interpreta Serena e a atriz que interpreta a Tia Lydia com uma brutidade tal que nos faz crer que não são personagens mas sim elas mesmas no nosso ecrã. Confesso que qualquer uma das três me deixa em arrepios de cada vez que entra em cena, de tão forte a sua presença. Para além da interpretação, a fotografia da série é impecável e os efeitos sonoros são utilizados de uma forma sublime. A premissa original, aliada a todos os factores que nomeei acima fazem com que esta série tenha sido o sucesso que foi e faz com que eu a recomende a vocês, para que também possam irritar-se com as personagens e ficarem chocados com o mundo em que poderíamos viver. Esta série só me deixa grata pelo mundo em que vivemos que, apesar de não ser justo em muita coisa e a igualdade ainda não estar assente a cem por cento, caminhamos nesse sentido com força e vigor.

"Nolite te bastardes carborundorum"

Já viram esta série? O que acharam das personagens?

terça-feira, 24 de julho de 2018

O segundo dia de Meo Marés Vivas

Quando vos disse, AQUI, que não era suposto ir a nenhum festival de Verão este ano, acreditava sinceramente que isto iria acontecer. Mas, entretanto, surgiu a ideia de acompanhar a minha irmã a ver a sua banda favorita e, apesar de relutante e de não ter grande vontade de retornar a um festival que em nada me impressionou da primeira vez que o visitei, lá fiz o esforço e rumei, no dia 21 deste mês, a Gaia, para marcar presença no conhecido Meo Marés Vivas.

A minha experiência com o festival nada teve a ver com a anteriormente vivida no festival - e dou graças por isso. Apesar de considerar que o novo recinto é um pouco pequeno para o público que existia - existia interferências entre o som dos diversos palcos por estarem demasiado próximos -, é certamente melhor que o anterior e todas as tendas estão bem organizadas e devidamente sinalizadas. As atrações bastante apelativas e acompanhei um pouco de quase todas as tendas - não visitei a tenda do Digital Stage porque não me despertou o mínimo interesse - e posso dizer que todos os artistas/comediantes foram bem escolhidos. 

VIA & TIAGO NACARATO

Abrimos a sessão de concertos no palco secundário, ao som de Via, uma rapariga que não conhecia mas da qual fiquei fã pela sua voz melódica e ritmos aos quais dá vontade de dançar. Mesmo com um público reduzido e acanhado, fez-se ouvir - e de uma maneira belíssima - e foram uma das mais agradáveis surpresas deste dia. Ao contrário daquilo que aconteceu com a Via, o público do Tiago Nacarato já estava mais recheado mas isso não fez com que este fosse muito energético. Apesar de gostar muito da sua voz e da forma como ele entoa as melodias, confesso que não me convenceu ao vivo. No entanto, gostaria de dar outra tentativa àquele que traz uma vibe de bossa nova - que eu tanto gosto - ao nosso português.

CAROLINA DESLANDES & THE BLACK MAMBA

Os concertos no palco principal abriram, para mim e para a minha irmã, perto das oito da noite quando a Carolina Deslandes subia ao palco e deixava todo o público em furor. Com a melhor presença em palco que vi nesse dia e uma humildade ímpar, fez com que deixasse de ser séptica em relação à sua música para ouvir em replay aquilo que ela canta. Uma voz sem igual, de uma doçura e uma gratidão pelo público que poucos artistas demonstram e muito bonita de se ver! De seguida, e num registo completamente diferente, chegaram os The Black Mamba, uma banda que admiro muito e que já tinha visto ao vivo anteriormente, no NOS Alive. Com uma energia brutal, uma quantidade jeitosa de músicos em palco, a voz incrível do Tatanka e a sua maneira de ser, é a receita para um concerto de qualidade. Uma banda que não é apreciada o suficiente no nosso país e que merecia mais reconhecimento do que aquele que tem.

Houve algo que estes dois grandes nomes da música portuguesa contemporânea disseram e que fez imenso sentido para mim - é de louvar o povo mais novo respeitar e gostar da música portuguesa e mostrar o seu amor por ela, sem qualquer pudor. Apoiem a música portuguesa e mostrem o orgulho que têm na vossa língua e naquilo que é criado no vosso belo país.

KODALINE & DAVID GUETTA


Chega, por fim, a banda que ansiávamos chegar a noite inteira - os Kodaline. Já sou fã desta banda há algum tempo porque as suas músicas vão de encontro com aquilo que aprecio numa banda - ritmos calmos e harmoniosos e um poder vocal bom. No entanto, tinha algum receio que as minhas expectativas não fossem atingidas e que ficasse desiludida com o concerto. Suspiro de alívio ao escrever-vos que as expectativas foram atingidas e superadas. Uma banda energética, bonita em palco, com uma emoção e carinho pelo público português notória e com um reportório maravilhoso. Sendo suspeita, posso dizer-vos que estas músicas deixam-me sempre a suspirar e as suas versões ao vivo, com o público a delirar, a minha irmã a chorar de emoção e a entoar em plenos pulmões as suas baladas favoritas, são ainda mais deliciosas.

Para fechar este dia de festival em grande, e nada de encontro com aquilo que vímos ao longo do dia - procura-se congruência no alinhamento -, chegou o David Guetta, uma pessoa que dispensa apresentações. Lembro-me de ter os meus 13 anos e dançar pela casa ao som das músicas que ele produzia em conjunto com grandes artistas do momento e, apesar de nunca ter sido um artista que eu admirasse, não posso negar que conhecia de fio a pavio a maior parte das suas letras. Portanto, quando chegou a altura de cantar ao som da Memories ou da Titanium, gritei com todos os pulmões as letras que acompanharam a minha adolescência e aclamei o DJ pelo qual não dava nada mas que acabou por me fazer saltar e dançar até não ter mais energia - e até chegar a hora de ir embora, a meio do seu concerto. Se pensei que nunca iria ver gostar de ver este estilo musical ao vivo, enganei-me.

Gostam de algum destes artistas? Já foram ao Meo Marés Vivas?

quarta-feira, 18 de julho de 2018

Recapitulando Maio, Junho & Julho

Os últimos meses têm sido meses de aprendizagem, reconciliação comigo mesma e pouca inspiração. Tudo começou em Maio, um mês que começa com a Queima das Fitas que, todos os anos, me consome imensa energia positiva. É sempre complicado mantermo-nos produtivos nesta semana de festa e passamos a seguinte a tentar recuperar toda a energia que perdemos. O problema foi que toda essa energia que outrora tinha ficou um pouco perdida nessa semana. Seguiram-se semanas de frequências, exames e trabalhos e uma reta final muito pouco promissora.

Por isso, estes três meses, o blog tem estado a meio gás porque também eu tenho estado a meio gás. Sem energia, sem vontade e sem motivação. E isto, meus amigos, é uma coisa que é muito complicada de trazer de volta aos níveis normais. É preciso uma grande batalha interna e um grande esforço para me convencer de que tenho que fazer alguma coisa e de que tenho que ser produtiva. Até porque o bichinho da procrastinação, de quem já vos falei por cá, está a atacar mais do que nunca antes atacou. Aliado à falta de energia faz muitos dados, acreditem.


Mas espero escrever isto para vos dizer que estou de volta, de vez. Aos poucos, com vontade de crescer e de partilhar convosco um pouco mais de como vejo o mundo e tudo o que me inspira. Mas antes, um recapitular de tudo aquilo que aconteceu de bom nos últimos meses - porque uma vida não se rege só de dramatismos - e que ficou registado no meu diário de bordo, o Instagram.

A Queima das Fitas foi um dos pontos altos destes três meses como uma celebração daquilo que é ser estudante, das amizades que fui criando no meio académico e a festa merecida após um semestre stressante. Trouxe com ela visitas de familiares, o meu primeiro jogo da Académica, momentos de convívio e quilos de massa com atum. Depois da mesma, as visitas diárias às várias bibliotecas da universidade deixaram pouco espaço para passeios, sobrando pouco tempo para aproveitar aquilo que Coimbra tem para nos dar. Ainda assim, a Baixa, o Jardim Botânico e a Praça da República foram fiéis companheiras nesta altura complicada, para espairecer e apanhar um bocadinho de ar.


A nível gastronómico, estes três meses foram marcados pela minha estreia no mundo do sushi. O Kyoto House abriu as portas à minha curiosidade, ao meu apetite e à vontade de experimentar tudo aquilo a que tinha direito. Tanto que acabei por passar 3 horas no restaurante entre conversa, comida e amizades. Também experimentei, pela primeira vez, o Talho Burger que me providenciou uma refeição agradável mas não memorável. Voltei a ir comer Ramen e apaixonei-me, de novo, pela comida oriental.

Recordo como momentos muito felizes o casamento de uma prima a quem tenho uma estima muito grande - mostrei-vos o meu conjunto por aqui - e da festa que foi reunir a família toda para um dia muito bem passado com aqueles que me querem sempre bem, independentemente de tudo o que possa acontecer na minha vida. Ver O Despertar da Primavera, interpretado pelos alunos do curso de Teatro e Educação da ESEC também foi algo que me marcou, uma vez que um grande amigo fazia parte de um elenco muito promissor e que terminava, da melhor forma, a sua licenciatura. Uma peça chocante para a época em que foi escrita e com temas muito actuais como a violação, o aborto e o suicídio entre adolescentes.


O regresso a casa dos meus pais, neste mês de Julho, foi uma decisão simples de tomar, uma vez que recebi a confirmação de uma das coisas que tanto ansiava para este ano - a minha candidatura a Erasmus foi aceite. Em breve, podem contar com diários sobre a experiência assim como sobre a cidade que me vai acolher nos seus braços - buongiorno Milano! A abertura dos bailaricos de Verão das aldeias perto da minha vila, as horas passadas na minha varanda entre estudos e pensamentos e as festinhas à minha cadela têm ocupado este mês que vai a meio gás, ainda, mas que tem potencial para aumentar a velocidade.

Aconteceu alguma coisa boa nestes três meses na vossa vida?

terça-feira, 3 de julho de 2018

Stuttgart & Tubingen

Contei-vos AQUI que fiz uma viagem à Alemanha no início de Fevereiro, para celebrar o final dos exames e visitar a minha madrinha de praxe, que esteve a fazer Erasmus por lá durante o semestre. Fomos sem itinerário marcado, sabendo que a nossa guia se encarregaria de nos levar aos sítios mais bonitos que poderíamos encontrar.

O primeiro dia de viagens propriamente dito, uma vez aterradas e com uma boa noite de sono em cima começou da pior forma - o comboio que tínhamos planeado apanhar foi suprimido e, como todas as informações estavam em alemão, nenhuma de nós se apercebeu da situação. Foi só depois de uma boa hora que, com a ajuda de uma senhora que se apercebeu da nossa inquietação, descobrimos que estávamos à espera de algo que nunca viria. Aí, e já com os planos todos atrasados, rumámos àquele que deveria de ser o segundo destino do dia mas que passou a primeiro lugar rapidamente - Stuttgart.


A primeira impressão que tivemos com a cidade foi mesmo no coração da mesma, em Palace Square ou Schlossplatz. Uma praça bonita e arranjada, constituída por pedaços de relva e flores organizados geometricamente ao longo da praça de forma a evidenciar a estátua central da mesma, em homenagem à deusa Concordia. Aquilo que impressiona mais na praça é mesmo a sua dimensão, sendo das maiores que já vi. É um sítio agradável para descansar um pouco nos seus bancos mas tempo era o que não tínhamos.

Por isso, e por ser muito próximo dessa grande praça, rumámos a Altes Schloss, um antigo castelo que, hoje em dia, alberga o Wuerttember State Museum, onde é possível visitar algumas exposições gratuitas que vão variando de acordo com a época do ano em que o visitam. No nosso caso, visitámos uma exposição sobre a evolução da espécie humana com bastante interacção. No entanto, o facto da maior parte das legendas serem exclusivamente em alemão foi um pouco limitante para a compreensão do mesmo e, apesar de interessante, não foi algo que considere memorável nesta visita.




As igrejas protestantes são uma constante ao longo da nossa viagem, sendo que em cada canto existe uma nova igreja onde podíamos entrar, e na qual aproveitávamos tanto para nos aquecermos como para visitarmos. O que me surpreendeu mais em todas as igrejas em que entrámos foi o facto destas serem muito mais modestas do que as igrejas católicas, apresentando uma simplicidade mas um sentimento de conforto tal que me deixou a questionar até que ponto é necessária tanta luxúria num espaço onde devemos ser o mais puros e sem preconceitos possível. 

O sítio mais bonito de entre aqueles que visitei na cidade chegou pouco tempo antes de nos dirigirmos à estação, onde terminámos a nossa visita. Em frente ao The Staatstheater Stuttgart, um espaço dedicado às três artes performativas de grande impacto - ópera, ballet e teatro -, encontra-se uma espécie de lago artificial muito bonito, chamado Eckensee, assim como algumas esculturas que apelam ao romance e à relação entre o homem e a mulher, formando um bonito jardim que, na minha opinião, supera muito facilmente o famoso Palace Square.

Ficaram por conhecer o Museu da Mercedes-Benz, excelente para os amantes de carros, ou a Stadtbibliothek, uma biblioteca espantosa que promete surpreender pela sua dimensão e pelo seu toque moderno. Ainda assim, acho que vi o suficiente da cidade para dizer que não me impressionou propriamente. É uma cidade bonita, sim, mas, tal como disse anteriormente, pouco memorável, ao contrário da cidade para onde rumámos de seguida.



Tubingen revelou-se a surpresa de toda a viagem. Fomos a esta cidade apenas porque não encontrámos outra cidade que agradasse a todas e que parecesse interessante. No entanto, não esperávamos que fosse nada de outro mundo  - até planeámos dedicar-lhe muito pouco tempo - e, portanto, as nossas expectativas estavam muito em baixo. E excederam-se, por muito.

Esta cidade tem uma atmosfera muito característica, muito própria. Sendo uma cidade universitária, é muito pequena e vê-se por entre as ruas dela muitas pessoas mais novas, principalmente estudantes na sua rotina diária. Dirigimo-nos ao único ponto que conhecíamos e sabíamos que queríamos ver - a ponte sobre o rio Neckar, com as casas tipicamente alemãs com as madeiras expostas, bastante coloridas, perfeitamente alinhadas à beira-rio. Este sítio foi dos mais bonitos que vi ao longo da viagem pela arquitectura das casas, pela luz já fraca com que deparámos e que deu uma atmosfera mais romântica a um sítio já bonito por si só.


Passeámos pelas suas ruas, cheias de casas e casinhas, cada uma mais bonita que a anterior e perdemo-nos pelas mesmas. Com o tempo limitado, não conseguimos desfrutar aquilo que queríamos nesta cidade que nos fez perder de amores e que tinha tanto para ver, mesmo sendo tão pequena. De tudo aquilo que vimos a cidade, destaco o MarktPlatz, um edifício com o qual nos deparámos com um aspecto bastante distinto dos demais - uma arquitectura muito detalhada, com inspirações orientais - que oferecia um contraste muito forte com os edifícios circundantes. Acabámos a nossa visita num ponto alto da cidade, junto a um dos pólos da Universidade, com uma vista sob a mesma incrível. O melhor? Estava a escurecer por isso pudemos ver a luz a descer lentamente, enquanto nos despedíamos desta cidade encantada.


Para todas as viagens de comboio comprámos um passe diário de comboio que nos dava acesso à região de Baden-Wurttemberg e que, para além de muito em conta comparativamente com o que gastaríamos em qualquer outro meio de transporte, também é bastante cómodo. Acho que são uma boa dupla para visitarem num dia apenas, sendo que, se não tivéssemos estado  tanto tempo dentro do museu acabaríamos por ter aproveitado melhor tanto Stuttgart como Tubingen, porque teríamos apanhado um comboio mais cedo para lá. Portanto não percam tempo com aquilo que não vos desperta tanto interesse e aproveitem para explorar as cidades a pé, pelas suas ruas. Só assim conseguem perceber a magia da cidade e a envolvência da mesma.

Gostaram das fotografias? Das entre as duas, qual é a vossa cidade preferida?
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