Deparei-me no mês de Janeiro com uma situação que me deixou fora da minha zona de conforto e achei que já era mais do que tempo de falar convosco sobre a mesma, que se baseia nada mais nada menos do que no meu medo de falar em público.
Aquilo que vocês provavelmente estão a pensar agora será "Então mas como podes ter medo de falar em público se adoras teatro e te auto-proclamas como atriz?". Pois bem, aqui é que começa a parte descabida da situação. Enquanto outra personagem, não há qualquer problema em falar em público. Claro que fico sempre nervosa, com um frio na barriga e uma adrenalina a percorrer-me da ponta dos cabelos aos pés. Mas falo coerentemente - se a personagem assim o exigir - e sem qualquer problema, até porque tenho um texto completamente trabalhado e preparado para o momento. Agora quando é alguma apresentação de trabalho universitário ou alguma situação em que tenho que me expor enquanto Marli Neves, enquanto eu mesma, aí está o verdadeiro problema.
Este é um receio que me assombra desde criança e que, com o tempo, se tem vindo a intensificar. Desde mais nova que sempre tive imensas dificuldades em lembrar-me de determinadas coisas - efeito memória de Dory - e, aquando as minhas apresentações na escola, ficava extremamente nervosa com o facto de me ir esquecer de algum pormenor ou de me ir engasgar. Com o tempo, esse medo continuou a crescer de uma forma inexplicável e, se me encontrava bem preparada para a apresentação, era a minha aparência que fazia com que a voz da minha cabeça não me deixasse dormir à noite dizendo que "As pessoas vão gozar com o teu pneu a mais, com a tua maneira de falar ou com o teu sotaque". Esta falta de auto-estima tão característica na minha pessoa levou a que desenvolvesse um grave problema de comunicação em grandes audiências - com grandes quero dizer 10 gatos pingados ou mais! - e que o medo de gaguejar, de falar demasiado rápido ou de não dizer o que devo sejam mais fortes do que aquilo que deveriam de ser.
Hoje em dia, as apresentações na faculdade são um tormento e o acto de ter que falar para mais do que um grupo de 10 pessoas deixa-me num estado nervoso tal que as minhas bochechas mudam de um tom rosado para 50 tons mais avermelhadas - qual 50 sombras de grey! Ter que apresentar um projeto, seja em contexto académico ou associativo, custa-me imenso e, apesar de nunca ninguém ter dito que eu falava mal - antes pelo contrário - existe sempre uma parte de mim que se sente retraída e sem qualquer vontade de comunicar.
Portanto, e quando surgiu o convite para participar num Programa da Rádio Jornal do Centro, os meus sentimentos perante o mesmo ficaram divididos entre o êxtase do que aquilo que o convite representava - um voto de confiança e na qualidade que o blog apresenta - mas o medo de ter que comunicar para dezenas de pessoas sem qualquer fio condutor. Uma incerteza se deveria aceitar ou não este convite percorreu o meu cérebro e, depois de muita deliberação, decidi aceitar. Afinal de contas, porque é que haveria de prejudicar o meu trabalho enquanto blogger por um medo irracional? Porque é que não deveria de me desafiar, de me colocar no limite e ir contra aquilo que o meu cérebro tanto temia?
Acho que não somos nada se não nos colocarmos fora da nossa zona de conforto por vezes, porque só assim é que podemos ter espaço para melhorar, para aprender com os nossos erros e para nos desafiarmos a nós próprios. Se não fosse isso, ficaríamos para sempre estagnados no mesmo ponto da nossa vida, seja no trabalho, na vida académica ou nos vossos hobbies. A nossa vida é uma sucessão de experiências e sentimentos bons e maus e, se não fizermos por as experimentar, ficaremos sempre com uma dúvida no canto do nosso cérebro - e se tivesse arriscado? -. Este é um conselho super generalista mas pelo qual defendo que devemos de reger a nossa vida. E, como tal, saltei para fora da minha zona de conforto, tremi de medo até à entrevista terminar e ainda depois, com suposições irracionais. Mas nada me tira a sensação de dever cumprido, de felicidade e o pico de adrenalina que senti durante a entrevista e o sentimento de valorização e reconhecimento.
Aquilo que vocês provavelmente estão a pensar agora será "Então mas como podes ter medo de falar em público se adoras teatro e te auto-proclamas como atriz?". Pois bem, aqui é que começa a parte descabida da situação. Enquanto outra personagem, não há qualquer problema em falar em público. Claro que fico sempre nervosa, com um frio na barriga e uma adrenalina a percorrer-me da ponta dos cabelos aos pés. Mas falo coerentemente - se a personagem assim o exigir - e sem qualquer problema, até porque tenho um texto completamente trabalhado e preparado para o momento. Agora quando é alguma apresentação de trabalho universitário ou alguma situação em que tenho que me expor enquanto Marli Neves, enquanto eu mesma, aí está o verdadeiro problema.
Não sei de onde vem esta dificuldade de me expressar em público. Sou trapalhona nas palavras desde que me conheço, gaguejo ligeiramente e como letras como quem respira. Falo rápido, expressivamente e sou uma bola de energia porque mexo-me imenso a falar. Além disso, tenho um sotaque que não é nem de Viseu nem de qualquer outro lado - é uma mistura de nacionalidades, expressões e formas de falar. Além disso, o meu cérebro parece um pouco desconectado da minha voz porque, apesar de pensar nas coisas de forma estruturada, quando chega a hora de as dizer sai tudo de trás para a frente e com cortes informativos que não me permitem ter o melhor poder de argumentação.
Este é um receio que me assombra desde criança e que, com o tempo, se tem vindo a intensificar. Desde mais nova que sempre tive imensas dificuldades em lembrar-me de determinadas coisas - efeito memória de Dory - e, aquando as minhas apresentações na escola, ficava extremamente nervosa com o facto de me ir esquecer de algum pormenor ou de me ir engasgar. Com o tempo, esse medo continuou a crescer de uma forma inexplicável e, se me encontrava bem preparada para a apresentação, era a minha aparência que fazia com que a voz da minha cabeça não me deixasse dormir à noite dizendo que "As pessoas vão gozar com o teu pneu a mais, com a tua maneira de falar ou com o teu sotaque". Esta falta de auto-estima tão característica na minha pessoa levou a que desenvolvesse um grave problema de comunicação em grandes audiências - com grandes quero dizer 10 gatos pingados ou mais! - e que o medo de gaguejar, de falar demasiado rápido ou de não dizer o que devo sejam mais fortes do que aquilo que deveriam de ser.
Hoje em dia, as apresentações na faculdade são um tormento e o acto de ter que falar para mais do que um grupo de 10 pessoas deixa-me num estado nervoso tal que as minhas bochechas mudam de um tom rosado para 50 tons mais avermelhadas - qual 50 sombras de grey! Ter que apresentar um projeto, seja em contexto académico ou associativo, custa-me imenso e, apesar de nunca ninguém ter dito que eu falava mal - antes pelo contrário - existe sempre uma parte de mim que se sente retraída e sem qualquer vontade de comunicar.
Portanto, e quando surgiu o convite para participar num Programa da Rádio Jornal do Centro, os meus sentimentos perante o mesmo ficaram divididos entre o êxtase do que aquilo que o convite representava - um voto de confiança e na qualidade que o blog apresenta - mas o medo de ter que comunicar para dezenas de pessoas sem qualquer fio condutor. Uma incerteza se deveria aceitar ou não este convite percorreu o meu cérebro e, depois de muita deliberação, decidi aceitar. Afinal de contas, porque é que haveria de prejudicar o meu trabalho enquanto blogger por um medo irracional? Porque é que não deveria de me desafiar, de me colocar no limite e ir contra aquilo que o meu cérebro tanto temia?
Acho que não somos nada se não nos colocarmos fora da nossa zona de conforto por vezes, porque só assim é que podemos ter espaço para melhorar, para aprender com os nossos erros e para nos desafiarmos a nós próprios. Se não fosse isso, ficaríamos para sempre estagnados no mesmo ponto da nossa vida, seja no trabalho, na vida académica ou nos vossos hobbies. A nossa vida é uma sucessão de experiências e sentimentos bons e maus e, se não fizermos por as experimentar, ficaremos sempre com uma dúvida no canto do nosso cérebro - e se tivesse arriscado? -. Este é um conselho super generalista mas pelo qual defendo que devemos de reger a nossa vida. E, como tal, saltei para fora da minha zona de conforto, tremi de medo até à entrevista terminar e ainda depois, com suposições irracionais. Mas nada me tira a sensação de dever cumprido, de felicidade e o pico de adrenalina que senti durante a entrevista e o sentimento de valorização e reconhecimento.
Queria agradecer, então, ao Carlos por me por fora da minha zona de conforto e puxar mais por mim. Para além disso, agradeço à Rádio Jornal do Centro por me ter recebido tão bem e por demonstrar interesse nesta área que só no último ano é que começou a ganhar mais destaque na sociedade portuguesa. Caso tenham ficado curiosos com a minha ida à rádio, podem ver um bocadinho da minha entrevista para o Jornal do Centro, com gaguejos, sorrisos nervosos e muita trapalhice, AQUI.
Sentem-se confortáveis a falar em público? O que acharam da minha entrevista?
Eu tb me atralho imenso, não tendo medo de falar em público!
ResponderEliminarBeijinhooo
Ritissima Blog
Andei a ver se encontrava algum link que remetesse à tua entrevista mas não encontrei, por isso se quiseres entretanto enviar-me ficava grata porque gostava mesmo de ouvir! Porque me identifiquei ao máximo contigo. Mega, mega nervosa por falar em público. Tão nervosa, tão bloqueada que chumbo que uma vez fui a a Oral na faculdade e chumbei porque não consegui falar. À segunda vez, como vi que ele tinha as perguntas num papel, perguntei se podia eu perguntar e responder a fim de não ouvir mais ninguém na sala a não ser eu. Sai de lá com um 16, nada mau. Mas foi um suplicio.
ResponderEliminarIdentifiquei-me tanto com este texto. Para mim falar em público é sempre um pesadelo (mesmo que só estejam 5 gatos pingados na sala, para mim isso já é muito) e as apresentações na faculdade são aquele género de coisa que me deixa com os nervos em franja. Ahhh e eu também coro que nem um tomate... não estás sozinha nisso.
ResponderEliminarParabéns por teres conseguido deixar isso de lado e aceitar um bom desafio.
Beijinhos
https://miasteixeirapinto.wixsite.com/buongiorno
Exatamente! Há que sair da zona de conforto, por muito difícil que possa ser. Depois do novo hábito já se torna mais fácil :)
ResponderEliminarhttps://aguadelotus.blogspot.pt/
ANtes de mais, muitos parabéns pelo convite e pela coragem de aceitar! Tu mereces o destaque e fizeste muito bem em arriscar :)
ResponderEliminarEntendo-te tão bem...sou como tu: actriz que em cima do palco não tem medo de nada, e fora dele tremo como varas verdes se tenho que falar em público. Tremo mesmo - ao ponto de saber que não posso ter papeis nas mãos. Então para disfarçar gesticulo como uma doida loool não sei porque raio é que isto acontece, mas bom...vamos lutando! :p
Jiji
Essas experiências vem para preparar para algo maior.
ResponderEliminarEntão treine muito, respire fundo e aproveite tudo que vier.
bjokas =)
Eu também tenho bastante medo de falar em público!
ResponderEliminaramarcadamarta.blogspot.pt
Comecei a ter esse mesmo problema quando troquei de turma no 10º ano. Apesar de saber que sou uma pessoa extremamente comunicativa e que falo bem, nunca mais deixei de ficar nervosa para apresentações. Até que no meu Mestrado tive que fazer imensas e desde então comecei a habituar-me. Mas já tive que fazer apresentações para auditórios cheios, com empresas, etc, e tremia dos pés à cabeça!
ResponderEliminarBeijinhos
Também tinha isso medo, mas ando a fazer progressos.
ResponderEliminarBeijinhos :)
https://dailyvlife.blogspot.pt