quarta-feira, 3 de outubro de 2018

Uma tarde em Verona

Estávamos no início de Setembro, ou seja, nos dias de um calor absurdo, eu e os meus pais tínhamos acabado de sair do nosso voo que nos tinha forçado a acordar por volta das 2h30 da manhã e, com mais olhos que barriga e como o itinerário a que nos propusemos mandava, rumámos em direção à cidade que inspirou o famoso romance Romeu e Julieta, a bella Verona.

Com o tempo contado e bem reduzido, estacionámos o carro perto da Puorta Nova, a uma distância boa a pé da zona central da cidade e seguimos caminho pelas ruas desta cidade que desde cedo nos encantou. A primeira praça com que nos deparámos foi a Piazza Bra que, apesar de não ser das praças mais bonitas que já vi, nos impressiona pelas suas dimensões. É também a zona onde podemos encontrar a Arena di Verona, um anfiteatro romano que é a casa de muitos espetáculos de ópera e que marca uma forte presença na mesma, também pelas suas dimensões. Apesar de ser possível visitar o seu interior, escolhemos não o fazer pela falta de tempo e rumámos diretamente para a Via Mazzini, onde nos perdemos de amores pela cidade.


As casas pelas quais nos fizemos rodear ao longo das ruas transversais a esta via eram de uma beleza demasiado grande e de um encanto que não é possível descrever por palavras. Os tons terra e alaranjados que todas as casas tinham, contrastando umas com as outras de uma forma harmoniosa e as lojas igualmente apelativas que se encontravam nesta rua fizeram o perfeito casamento para passarmos algum tempo nestas ruas e ruelas, até que por fim nos encontrámos na Piazza delle Erbe.

Aqui, é possível encontrar inúmeros mercados com todas as recordações da cidade que possamos imaginar - globos de neve, ímanes, camisolas, estátuas, etc. Mais uma vez, ficamos impressionados com a arquitectura das casas, muito romântica e com tons muito característicos das ruas italianas e com a sua dimensão. É nesta praça que podemos encontrar a fonte da Madonna Verona, a Torre del Gardello e o Palazzo Maffei, em tons mais esbranquiçados. Seguimos caminho em direção ao Duomo di Verona, uma enorme estrutura em branco sujo pouco trabalhada e com detalhes em tijoleira castanha e bege. O padrão listrado criado pela posição da tijoleira cria um efeito visual muito bonito e, apesar de não ser especialmente impressionante, torna-se um destino esteticamente apelativo e agradável de admirar.


Apesar dos protestos por parte da minha família, havia um último local que eu queria visitar antes de me deslocar para o monumento final. Em qualquer lugar de Itália é possível encontrar um curso de água e Verona não é excepção. A Ponte Pietra é a ponte romana mais antiga da cidade e dá-nos uma bonita percepção daquilo que se encontra do outro lado do rio Adige, compondo uma vista bonita sobre os dois lados da cidade. A estrutura da ponte é muito característica das pontes italianas e, apesar de não ser muito ornamentada, tem o seu charme. Daqui, colocámo-nos a caminho para o destino final, sem antes passar pela Casa di Romeo, que não se encontra devidamente sinalizada e, portanto, fica a dúvida de se este é a verdadeira habitação do eterno apaixonado.

Por fim, a chegada ao destino mais aguardado de toda a cidade - a Casa di Giulietta. Não há como negar que Verona é uma das cidades do amor e a prova disso encontra-se nas fachadas da entrada da Casa, onde casais enamorados deixam as suas declarações de amor em forma de papel ou em forma de cadeado, celebrando o amor que os une. O que em qualquer outro local seria visto como um acto de vandalismo, aqui é visto como uma forma de amor e, a meus olhos, um acto ternurento. Porque haveremos de guardar para nós o facto de estarmos apaixonados?


Entrando na casa, encontramos a famosa estátua de bronze de Julieta a quem temos que esfregar o seio direito. Reza a lenda que, se esfregarem a mamoca da senhora, terão felicidade eterna no vosso casamento ou relacionamento. Acreditando ou não nesta lenda, a verdade é que ninguém quer arriscar e, portanto, toda a gente queria o seu momento com a estátua. Do lado direito da mesma, encontra-se a varanda onde Romeu declara todo o seu amor por Julieta, que é, sem dúvida, o local perfeito para juras de amor por ser toda trabalhada e em sólidos tons beges.

A nossa visita terminou aqui, no sítio mais romântico da cidade, uma vez que o tempo estava a escassear e tínhamos que rumar ao próximo destino - Pádua e Veneza. É uma cidade relativamente rápida de visitar, na minha opinião, e que não exige um orçamento muito elevado uma vez que todos os pontos principais para visita são ao ar livre ou de entrada gratuita. Claro que, nesta visita, não considerei visitar nenhum dos museus uma vez que não tínhamos tempo nem grande vontade para tal - com duas horas de sono, é complicado estar demasiado tempo fechado no mesmo local sem sentir o peso do cansaço nos ombros. Fica a vontade de regressar a esta cidade que me roubou o coração, com mais tempo e menos cansaço.

Alguma vez visitaram Verona? Têm curiosidade?

4 comentários so far

  1. Apaixonei por cada detalhe.

    bjokas =)

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  2. Todas as tuas fotos estão a deixar-me com muita vontade de lá ir! Já sabia dessa história do seio e acho que deve ter a sua piada ver as pessoas fazerem isso :D
    Beijinhos,

    A Maiazita

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  3. Não conheço, mas parece ser um lugar encantador! :D

    www.amarcadamarta.pt

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  4. Quero tanto conhecer esses lugares todos :) Beijinhos*

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