LITERATURA // A RAPARIGA NO COMBOIO

Não há forma de não deixar algumas das minhas escolhas literárias serem influenciadas pelos best-sellers e A Rapariga no Comboio, de Paula Hawkins, foi um deles. Com o orgulhoso título de Top de Vendas Nacionais e mais de 45000 exemplares vendidos só em Portugal, tinha mesmo que ler e também eu ter uma opinião desenvolvida sobre um dos grandes livros de 2015.

A história trata uma mulher, a Rachel, que todos os dias apanha o mesmo comboio de manhã, em direção a Londres e ao final da tarde, em direção a Ashbury, onde mora. Quase todos os dias esse mesmo comboio faz uma paragem de longa duração numa zona que é familiar a Rachel: onde ela outrora foi feliz; de todas as vezes que o comboio aí pára, Rachel observa uma casa pela qual tem um carinho especial: a casa da Jess e do Jason, um casal com uma vida feliz e com quem Rachel fantasia constantemente (pergunta-se o que estarão a fazer, o que comerão, o que será estar ali com eles). Até que, num certo dia, Rachel vê, através da janela do comboio, algo muito estranho nessa mesma casa e, a partir daí, a sua vida altera-se.

A personagem da Rachel é uma personagem que cativa deste o início do livro: uma personagem com claros problemas psíquicos, com obsessões muito estranhas e bastante misteriosa. Apenas com o desenrolar do livro é que conseguimos perceber realmente como a mente de Rachel funciona e todas as razões para aquilo em que ela se tornou: uma mulher sem objectivos, com um grave problema alcoólico e desleixada.

Toda a trama é narrada por três personagens diferentes: a Rachel, que narra a maioria dos acontecimentos, a Jess, a mulher da casa perfeita e uma terceira personagem. É também narrada como uma espécie de diário, em que apenas existem duas datas: a manhã e a tarde, as horas em que a Rachel se encontra no comboio. É uma história que se compreende facilmente mas que tem um quê de complexidade. Não considerei um cliché, aliás, o final acaba por nos surpreender imenso, porque não esperávamos aquele desenrolar da história. Foi um livro que li rapidamente porque está escrito de forma a que a nossa curiosidade não aguente mais: só queremos saber mais e mais: sobre as personagens, sobre a intriga, sobre tudo. Tornei-me uma autêntica coscuvilheira: queria saber mais e mais da vida passada da Rachel e da Jess e do Jason. Resumindo, é um livro que recomendo vivamente se gostam de histórias misteriosas com algumas reviravoltas no jogo.

Já leram este livro? O que acharam da minha review?